Embora na natureza alguns sons se assemelhem, há diferenças de timbre devido a sua composição. Isso ocorre porque os sons não são puros e sim a mistura de várias ondas que estimulam nossos ouvidos em várias regiões ao mesmo tempo. O mais próximo a um som (ou tom) puro que conhecemos são os apitos de uma nota só. Eles caracterizam-se em um uma onda sonora marcante e bem definida.
O timbre sonoro é influenciado pelos harmônicos existentes nas ondas que ouvimos. Uma nota lá em um violino é diferente do lá em um contra-baixo, mas são as mesmas notas. É o timbre, colorido pelos harmônicos, que nos fazem perceber a diferença entre os instrumentos musicais, mesmo que toquem a mesma nota.
Toda onda harmônica é gerada a partir de uma fundamental. Se uma onda possui freqüência f, e há outras ondas cujas freqüências são 2f (ou 2 vezes o valor de f), 3f, 4f, 5f, etc. dizemos que a onda de freqüência f é a fundamental e as demais (2f, 3f, etc.) são seus harmônicos. Existem harmônicos ímpares (3f, 5f, etc.) e pares (2f, 4f, etc.). O ser humano tem preferência pela audição de harmônicos pares, comumente gerados por sistemas valvulados. De forma geral as ondas harmônicas são:
2f - 55 Hz - 1º sobretom - 2º harmônico
3f - 82,5 Hz - 2º sobretom - 3º harmônico
4f - 110 Hz - 3º sobretom - 4º harmônico
5f - 137,5 Hz - 4º sobretom - 5º harmônico
(...)

1f - 27,5 Hz - Fundamental - 1º harmônico - Nota Lá: 0A
2f - 55 Hz - 1º sobretom - 2º harmônico - Uma oitava: 1A
4f - 110 Hz - 3º sobretom - 4º harmônico - Duas oitavas: 2A
8f - 220 Hz - 7º sobretom - 8º harmônico - Três oitavas: 3A
16f - 440 Hz - 9º sobretom - 16º harmônico - Quatro oitavas: 4A
32f - 880 Hz - 31º sobretom - 32º harmônico - Cinco oitavas: 5A
64f - 1760 Hz - 63º sobretom - 64º harmônico - Seis oitavas: 6A
128f - 3520 Hz - 127º sobretom - 128º harmônico - Sete oitavas: 7A
256f - 7040 Hz - 255º sobretom - 256º harmônico - Oito oitavas: 8A
512f - 14080 Hz - 511º sobretom - 512º harmônico - Nove oitavas: 9A
(...)

Observamos a seguinte equivalência matemática para cálculo de oitavas:

é a freqüência harmônica calculada.
é a freqüência fundamental do sistema.
n é um número inteiro qualquer.
Para entender este fenômeno é preciso entender que o sistema sonoro não é um sistema linear. A menos que ele seja subdividido em partes, não existe apenas uma resposta para uma dada entrada-excitação do sistema. Para a mesma entrada, dependendo das condições em que opera o sistema, existe mais de uma resposta, algumas imprevisíveis. O fenômeno da distorção por intermodulação pode acontecer quando há misturas de mais de uma onda sonora, defasadas entre si. Sendo excitado o sistema com os sons:
- Uma freqüência fundamental f1 e seus harmônicos 2f1, 3f1 e 4f1, etc, ou uma fonte F1.
- Uma freqüência fundamental f2 e seus harmônicos 2f2, 3f2 e 4 f2, etc, ou uma fonte F2.
É respondido:
- Uma freqüência fundamental f1* e seus harmônicos 2f1*, 3f1* e 4f1*, ou a fonte F1*.
- Uma freqüência fundamental f2* e seus harmônicos 2f2*, 3f2* e 4f2*, ou a fonte F2*.
- A mistura das fontes F1 e F2: F1 * F2 = n x Fespúria, onde n é um número qualquer e seus harmônicos. Fespúria são sinais espúrios e diversos devido às somas e cancelamentos dos sinais anteriores.
...se houver a distorção por intermodulação. Os sons espúrios são ruídos indesejáveis. É possível medir o nível de distorção que este fenômeno apresenta.
É um efeito sentido em ambientes como salas, teatros, igrejas, etc. Acusticamente, em um ambiente fechado, quando o som é emitido por uma fonte, as várias freqüências se comportarão de forma diferente. Algumas tendem a encher o ambiente mais lentamante. Outras se chocam com as paredes e barreiras do ambiente e chegam ao ouvido humano em vários volumes e momentos diferentes. Isso causa a sensação psicoacústica de espaço. Este efeito é chamado de reverberação e é diferente do efeito chamado eco.
Lembremos que a onda sonora é uma onda mecânica que precisa de meio físico para se propagar, disspando energia. Próximo a fonte sonora há muita energia acústica. À medida que nos afastamos da fonte a tendência é a perda de energia até não existir mais som. A grande quantidade de energia acústica próxima à fonte sonora provoca uma diferença de pressão do ar diferente de pontos mais distantes. Este comportamento proporciona um incremento de ondas graves, cuja propagação é mais esférica que plana, causando a sensação de potencialização de ondas graves.
Mesmo quando exposto a um tom puro o ser humano não excita apenas uma única região do ouvido, regiões vizinhas sofrem influência do som ouvido. Porque a área de influência é maior que a área de estímulo do som, ocorre o fenômeno do mascaramento. O tom mascarante desloca o limite de audibilidade sobre outros tons de tal forma que tons mascarados não são percebidos.

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